A TIM continua esperançosa de que consiga as aprovações da venda da Oi Móvel (que será fatiada também entre Claro e Vivo) na Anatel e no Cade ainda neste ano. Em teleconferência de resultados financeiros do trimestre nesta terça-feira, 26, o CEO da operadora, Pietro Labriola, mencionou como indicativo a audiência pública na semana passada na qual a área técnica da agência reguladora sugeriu remédios para a anuência prévia.
No entanto, a aprovação do órgão de competição pode ser um ponto de maior tensão, uma vez que há diversas objeções de terceiros. "Sobre o Cade, continuamos a ser otimistas, mas estou em uma situação na qual não quero pressionar, eles estão fazendo o trabalho deles", destacou Labriola. "Tenho esperança que a Oi Móvel vai fechar no final de novembro ou começo de dezembro."
Mais tarde, durante coletiva de imprensa, o executivo ressaltou que a operação "não é de compra, mas de venda". A diferença semântica seria "muito importante" para reiterar que não se trataria de um avanço de consolidação do mercado, apesar de as próprias teles terem defendido que a competição entre quatro players não seria sustentável.
"Para todas as instituições, seja Anatel ou Cade, muda completamente se é a operadora que compra a outra, ou se uma em falência é colocada à venda para aplacar a dívida", afirmou Labriola. Vale ressaltar que a Oi está em processo de recuperação judicial, processo que foi prorrogado para março de 2022 .
Preparativos
Enquanto isso, os preparativos continuam. CTIO da TIM, Leonardo Capdeville lembra que boa parte do Capex em 2021 foi destinado à adequação da rede para "absorver o espectro da Oi", incluindo partes eletrônicas e rádios. "A maior parte do investimento nisso já foi feito. No ano que vem, quando fechar o negócio, vamos receber o espectro e já poderemos fazer o suporte ao consumidor", declarou.
Depois dessa etapa, será feito um rearranjo da infraestrutura da rede para a incorporação de outros ativos como torres. Logicamente, a ideia é evitar a sobreposição em locais onde a TIM já conta com a estrutura adequada. "Vamos desligar algumas torres da Oi e absorver outras", explica Capdeville.
Pietro Labriola lembra ainda que a operadora está investindo também na tecnologia de Massive MIMO, que amplia a capacidade da rede existente. O recurso, com equipamentos da Huawei, poderá trazer mais eficiência para migrar a base da Oi Móvel.
Na migração, o presidente da TIM ressalta que há um grupo de trabalho com a Anatel "para garantir o máximo de transparência ao consumidor" no processo. Porém, ele lembra que a competição continuará existindo , independente da distribuição. "O cliente é soberano. Neste ou em qualquer momento do processo, ele vai poder escolher, via portabilidade ou outros mecanismos, se colocar na operadora que preferir", acrescenta o vice-presidente executivo de regulatório da empresa, Mario Girasole.
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