Com a apresentação ontem à noite de mudanças a seu plano original de recuperação judicial , a Oi deixou clara a intenção de não aceitar a proposta apresentada por bondholders internacionais, reunidos pela assessoria financeira Moelis. E já hoje, 23, pela manhã, o CEO da companhia, Marco Schroeder reafirmou que a empresa não se interessou pelo plano alternativo de recuperação .
Com a apresentação ontem à noite de mudanças a seu plano original de recuperação judicial“A gente discute com os players, se algum trouxer boas ideias, vamos contemplar, discutir em assembleia. Há apenas uma proposta recebida, do grupo da Moelis. A gente não acredita que seja melhor que a proposta que apresentamos ontem a acionistas e credores”, falou, durante conferência dos resultados de 2016 com analistas de mercado.
Segundo ele, a proposta divulgada ontem foi conversada e debatida com acionistas e diferentes grupos de credores. “Fizemos diversas reuniões, tivemos diversos feedbacks com diversos grupos. A grande demanda era bota equity na transação, e acho que atingimos uma proposta equilibrada, que vamos mandar para o juízo e levar para votação em assembleia”, afirmou.
O executivo contou que o novo plano busca preservar a geração de caixa da companhia, de forma a não comprometer as operações. “Os credores poderiam se beneficiar de uma valorização do valuation [avaliação do valor da companhia]”, completou.
Intervenção Schroeder descartou, ainda, a necessidade de uma intervenção do regulador brasileiro na empresa. Para ele, é natural que haja preocupação quanto à recuperação judicial, e que a Anatel e governo tenham planos de contingência, mas a companhia está seguindo os ritos tradicionais de uma RJ, sem que o processo afete, a seu ver, a operação.
“Vejo com extrema naturalidade governo, Anatel, estarem preparados. A Anatel tem um processo de acompanhamento da Oi há algum tempo, tem participado com um ouvinte das reuniões do conselho. Afinal, o país não pode abrir mão dos serviços da Oi. Mas não tem nenhum sinal de deterioração dos serviços da Oi. A gente tem tido evolução importante nos indicadores de qualidade, continuamos fazendo os investimentos necessários. Evidentemente [a agência] tem que estar preparada, embora [intervenção] não venha ao caso no momento”, ressaltou. Segundo o executivo, a recuperação judicial da empresa deve ser aprovada até o terceiro trimestre.
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