O ministro do governo interino, Gilberto Kassab, enfrentou hoje, 15, na Câmara dos Deputados mais uma longa sessão pública na qual teve que ficar explicando as razões da fusão dos  ministérios de Ciência e Tecnologia e Inovação com o de Comunicações. Dirigentes de diferentes entidades de pesquisadores, universidades e cientistas manifestaram a preocupação com a sinalização de perda de importância com essa fusão.

Ao que Kassab respondeu negando essa possibilidade, afirmando, ao contrário, que vê a pasta fortalecida com a incorporação das comunicações. “É um ministério politicamente mais forte, e a minha prioridade certamente é a Ciência e Tecnologia”, assegurou.

Ao contrário de uma morna audiência no Senado Federal, que ocorreu na semana passada, na audiência de hoje,15,  na Câmara, Kassab enfrentou pela primeira vez dura oposição dos deputados do PT e até manifestações contra a sua permanência na pasta.

Para o deputado Sibá Machado (PT/AC),  a reforma que o atual governo está promovendo “sob a égide da interinidade” é uma temeridade. E a deputada Margarida Salomão (PT/MG) chegou a afirmar que não reconhece Kassab como ministro, já que para ela este é um “governo golpista”.

O clima chegou a ficar tenso, quando deputados de apoio ao atual governo pediram a intervenção dos seguranças da Câmara para retirar os funcionários do Legislativo que carregavam cartazes contra o ministro e contra o presidente Temer, e com o bate-boca entre os deputados delegado Eder Mauro (PSD/PA)  e Luciana Santos (PCdoB/PE).

Kassab assistiu a tudo impassível, explicando ainda que foi ministro de Dilma e é ministro de Temer por convocação de seu partido.

Na audiência, o ministro forneceu duas novas informações para tentar contentar a comunidade acadêmica: a primeira é que o governo decidiu enviar para o Congresso uma Medida Provisória resgatando os vetos feitos pela presidente eleita, Dilma Rousseff, ao Código de C&T.

E comunicou ainda que está negociando mudanças na estrutura de seu ministério (com a possível incorporação de mais uma secretaria, a de inclusão digital, extinta), mudanças essas que pretende debater também com a comunidade científica, antes de sua votação no plenário do Congresso Nacional.